As eleições antecipadas por Theresa May no Reino Unido e suas consequências.
- Blog Giro Pelo Mundo
- 13 de jun. de 2017
- 3 min de leitura

Neste dia 08/06, foram realizadas as eleições no Reino Unido, estas que estavam previstas apenas para 2020, foram antecipadas pela atual primeira ministra Theresa May. Elas devem acontecer de cinco em cinco anos, mas podem ser adiantadas em caso de pedido pelo primeiro ministro em ação. As eleições no Reino Unido são um pouco diferentes das que já estamos acostumados. Cada cidadão, maior de 18 anos, tem direito a um voto para eleger um deputado (membro do parlamento) e o membro com mais votos por região é eleito e elege também o partido que representa no Parlamento. É importante esclarecer que os cidadãos não votam para escolha de primeiro ministro, a formação do novo governo é obtida através da maioria dos assentos no parlamento, desta forma, o partido que obtiver 326 cadeiras de 650 tem a liderança do governo e seu líder é automaticamente eleito primeiro ministro. Porém, caso não haja a maioria absoluta de um partido no parlamento, ocorre o que é chamado de "hung parliament" em que os partidos devem tentam formar governos de coalizão para governar em consonância, garantindo a governabilidade.

O que acontece no momento é que a atual primeira ministra Theresa May antecipou as eleições gerais de 2020 como uma manobra política para aumentar o número de cadeiras de seu Partido Conservador no Parlamento, para que apoiem os interesses de May em uma saída brusca e sem negociações da União Européia, em defesa de um "Brexit Duro". Os problemas que a atual Premier vem enfrentando decorrem da divisão no Parlamento e pela falta de apoio de grande parte da população britânica que é contra suas políticas de austeridade, que não visam seu bem-estar. A postura da primeira ministra e de seus aliados em torno da economia vem dividindo assim, opiniões tanto da sociedade civil quanto dos próprios membros do parlamento. Com o presente cenário a oposição ganhou força e seu líder Jeremy Corbyn do Partido Trabalhista apresentou opiniões contrárias das defendidas por May. Para Corbyn, a saída da União Europeia deveria ser pacífica, calma e com muitas negociações, pois o Reino Unido precisa se reestruturar e se manter para passar a ser independente do bloco e ainda, a austeridade precisa ser diminuída, as universidades precisam voltar a ser mais baratas ou públicas e a saúde do povo não pode custar caro, é um bem essencial.

A eleição desta quinta-feira apresentou um cenário inesperado e preocupante para Theresa May, o Partido Conservador acabou perdendo ainda mais assentos no Parlamento enquanto os demais partidos ganharam mais cadeiras, tendo o Partido Trabalhista ganho em número de votos. Desta forma, a então primeira-ministra acabou dando um tiro no pé, uma vez que sua estratégia em garantir uma representação ainda mais expressiva de seu partido acabou não dando certo. O partido Conservador continua no poder, porém agora com um número ainda menor de representantes no Parlamento e os demais partidos começam a fazer pressão interna para que a primeira ministra renuncie. Alguns membros de seu gabinete já pediram demissão, mas a Premier diz que renunciar está fora de questão.
A principal consequência da não renúncia da ministra é a instabilidade. O Reino Unido passa a correr risco de crise econômica e política, uma vez que a saída da União Europeia já pode ser um divisor de águas sobre o futuro da economia e a permanência de May pode dificultar a saída pacífica, calma e negociada. E, ainda, a pressão sobre a primeira ministra pode gerar uma crise política e uma altíssima instabilidade entre os membros do Parlamento Britânico. Se o Reino Unido souber levar a independência do bloco de forma tranquila e pensando em sua economia e a primeira ministra ceder à renúncia ou à visão dos demais partidos em relação ao Brexit, pode ser que a situação se normalize e os britânicos continuem a respirar estabilidade e desenvolvimento.
Fontes utilizadas:
Folha de S. Paulo:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/04/1876461-primieira-ministra-britanica-pede-eleicao-antecipada-em-8-de-junho.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/06/1891671-apos-eleicao-reino-unido-inicia-uma-longa-viagem-de-volta-a-europa.shtml
Parlamento do Reino Unido:
http://www.parliament.uk/about/how/elections-and-voting/general/
Site de Notícias G1:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/conservadores-vencem-eleicao-mas-perdem-maioria-absoluta-no-reino-unido.ghtml
http://g1.globo.com/mundo/noticia/o-erro-de-calculo-de-theresa-may-que-levou-a-vitoria-com-gosto-de-derrota-nas-eleicoes.ghtml
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